domingo, 6 de novembro de 2011

Lenine - Meu amanhã

Ela é minha delicia, o meu adorno, janela de retorno,
uma viagem sideral
Ela é minha festa,
meu requinte,
 a única ouvinte
da minha radio nacional
Ela é minha sina,
 o meu cinema,
 a tela da minha cena, 
a cerca do meu quintal
Minha meta, minha metade, 
minha seta, minha saudade,
 minha diva, meu divã,
 minha manha, meu amanhã
Ela é minha orgia, 
meu quitute, 
insaciável apetite, 
numa ceia de natal
Ela é minha bela,
 meu brinquedo,
 minha certeza, meu medo,
 é meu céu e meu mal
Ela é o meu vício 
e dependência, 
incansável paciência
 e o desfecho final
Minha meta, minha metade,
 minha seta, minha saudade, 
minha diva, meu divã,
 minha manha, meu amanhã
Meu fá, minha fã,
 a massa e a maçã, 
minha diva, meu divã,
 minha manha, meu amanhã
Meu lá, minha lã, 
minha paga, minha pagã,
 meu velar, meu avelã,
 amor em Roma, aroma de romã
O sal e o são, 
o que é certo, o que é sertão,
 meu Tao e meu tão
Nau de Nassau, minha nação.

sábado, 10 de setembro de 2011

Flor

... Estava sentado em nossa cama, pernas dobradas. Ela, toda linda de pijaminha, encontrava-se sentada em meus joelhos, enquanto eu a segurava pelo tronco. Curiosamente ela brincava com meu rosto, segurava minhas orelhas, mexia em meu nariz, puxava meu cabelo e apertava minhas bochechas com suas mãos pequeninas. Sorri pra ela e ela sorriu pra mim com aquela boca sem nenhum dente. Fiquei bobo admirando suas bochechas tão gordinhas, o narizinho delicado (deu sorte), o contorno de sua face, suas orelhas, os olhos. Nossos olhos se encontraram em paz.

(Foi delicioso sonhar com ela, pena eu ter acordado)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Presente 7 meses de namoro

Quero o toque do seu cafuné
Quero os nossos beijos intermináveis
Quero dormir de pé com pé
Quero seus amáveis sorrisos outra vez
Quero o silêncio e a paz do seu sono ao meu lado
Quero aquele suspiro apaixonado
Quero tudo e um pouco mais
Quero a paz que só você me traz
Quero o fim das lágrimas de saudade
Quero toda a nossa liberdade
Quero te amar como você merece
Quero a beleza desse amor que so cresce

Simplesmente quero você

Te amo mais do que tudo nesse mundo!

Feliz mês de namoro, meu amor!


(texto enviado em 23/7/2011 via e-mail)

Sonhei com você

Essa noite eu tive um sonho, um sonho diferente
Sonhei com a minha gata e com tudo que a gente sente
Lembrei do primeiro sorriso, daquele brilho no olhar
Por tanto tempo, eu tentei te encontrar
E bem ali, sem eu esperar, você surgiu
Mexeu com a minha cabeça e coração, quando você sorriu
Tudo mudou em um segundo
Hoje, você é o meu mundo
Encontrei em você o real sentido do amor
Alguém pra cuidar, amar, cultivar como uma bela flor
Abri os braços, a cabeça e o coração
Para me permitir viver essa verdadeira paixão

Amo você, Luiza Borges Campos
Te quero, te desejo e te almejo, todos os dias e até o fim dos tempos

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Um presente


-       - Alô?
-      -  Oi, amor, tudo bom?
-       - Lindo, onde você tá?
-       - Tô chegando em casa.
-       - Tá.
-       - Tá tudo bem?
-       - Aham.
-       - Então tá, beijo.
-       - Beijo.

 Andando na rua, olho para a nossa casinha, a sala está acesa, nosso quarto está apagado e o quarto da pequena está aceso. Entro no prédio, dou boa noite ao porteiro e pego o elevador. Chego em nosso andar, ando pelo corredor branco e paro em frente a nossa porta. O palpitante acelera inesperadamente, respiro fundo, coloco a chave na porta, abro e entro com o pé direito.  Na sala, um abajur aceso e um incenso. Olho para a varanda e você está sentada no chão, pernas cruzadas, sem os óculos, alongando seu pescoço, cabelo preso, olhos fechados.
Silenciosamente, coloco a mochila no sofá, pego a presente, tiro os sapatos e sento-me na sua frente. Deixo o presente escondido atrás de mim e delicadamente faço um carinho em seu rosto. Você sorri e abre os olhos.

-       - Tudo bem?
-       - Tudo bem e com você?
-       - Tudo bem. Você está preparado?
-       - Hein? Essa fala é minha!
-       - Você está preparado?
-       - Tô, sempre.
-       - Se eu tivesse uma flor a mão, agora seria um excelente momento para te entregar.
-       - Não seja por isso. Viro-me, pego a rosa branca e te entrego.

 Seus olhinhos enchem de lágrimas e você me entrega a flor sorrindo um sorriso diferente.

-       - Pensei na gente colocar a pequena pra dormir juntos, depois a gente ia lá pro quarto ficar de chamego, se amar e, quem sabe, brincar com as probabilidades. O que você acha?
-       - Amor, não precisa, nós acertamos de novo. Você me olha nos olhos, cheios de verdade.
-        
Silêncio. O palpitante acelera como na porta da casa, deixo-o bater, deixo a adrenalina correr, respiro escutando cada pulsação, fico dominado por um sentimento bom.

-       - Você tem certeza, né?
-       - Tenho, acabei de fazer dois testes, tão ali no banheiro.
-       - Amor, você vai ser mamãe de novo, que maneiro. Vou ser papai. Será que é menino ou menina?  Quando será que a gente fez? Calma, aí, será que a gente tava viajando ainda?
-        
Você sorri, segura a minha mão e coloca no seu peito, seu coração está a mil, você solta uma gargalhada, sorri e uma lágrima escorre no canto do seu olho, seus olhinhos pequenos vão se enchendo de lágrimas que escorrem até tocar sua boca lentamente, você segura minha cabeça, e nos beijamos vagarosamente, um beijo gostoso, cheio de sentimento.

Ouço a pequena abrir a porta do seu quarto, e fechar em silêncio, seus pés arrasantando pelo chão do corredor, chega na sala…

-       - Pai, você chegou. Eu tava com saudade. Por quê você demorou tanto?

Aquela frase me pareceu tão normal, mas vindo de outra boca. Enquanto ela fala, dou-te um beijo leve nos lábios, um na ponta do seu nariz e outro na testa. Com os olhos cheios de lágrimas, digo para ela:

-      -  Cheguei, meu amor. Eu também estava morrendo de saudade de você. O que você estava fazendo no seu quarto tão quietinha?
-       - Desenhando. Pai, por quê você e a mamãe estão chorando?
-       - Porque o papai e a mamãe estão muito felizes.
-       - Por quê?
-       - Porque a mamae tá gravida. Você vai ganhar um irmãozinho ou uma irmãzinha! Não é demais?
-      -  Mamãe, tem um nenêm dentro da sua barriga?
-       - Tem, minha linda.
-       - E como ele vai sair?
-        
Você ri da pergunta e olha para mim.

-      -  Daqui há nove meses ele vai chegar, meu amor.
-       - Mas vai ser ele?
-       - Não sabemos ainda, pequena. Vai ser surpresa!
-        
Sem perceber, me pego fazendo carinho na sua barriga, enquanto você deixa a sua mão sobre a minha, seguindo meus movimentos. Pego a rosa no chão e convido a pequena para sentar próximo a nós. Ela vem olhando séria, olha para a sua barriga com cara de quem não está entendendo. Se agacha e deita no seu colo, você delicadamente brinca com os seus cachinhos. Vagarosamente, ela fecha os olhos e segura minha mão.

Nos olhamos, os rostos molhados de lágrimas, sorrisos, um silêncio gostoso, ouvimos apenas os poucos carros que passam na rua lá embaixo. Você pisca lentamente, respira calmamente. Meu coração parece estar pulsando num ritmo diferente, lentamente pulsa, uma energia circula por todo o meu corpo, é bom, estou leve, respiro profundamente, encho meu pulmão.

Olho para a pequena e a vejo respirar lentamente, respiração tranquila, suas bochechinhas redondinhas, os olhinhos fechados, embalada naquele silêncio. Harmonia é a palavra que me vem a cabeça. Harmonia de sentimentos, de vontades, de respeito, uma troca entre nós três, um sentimento delicioso chamado amor. Percebo que você ainda me olha e dirijo meus olhos para o seu e você me sussurra:

-       - Te amo, meu amor! Amo muito. Obrigado por, mais uma vez, me proporcionar esse momento maravilhoso.

Me ponho a chorar. Deixo o sentimento fluir e sussurro para você:

- Esse momento é fruto do nosso amor, é um presente que nós estamos dando um para o outro. Essa criança que está por vir é mais uma flor para nós cuidarmos.

Aproximo meu rosto do seu até nossos lábios se tocarem, você beija meus lábios lentamente. Ali ficamos por um tempo, imóveis, boca na boca, respiramos, sentimos.

Ela se mexe para se ajeitar e puxa minha mão mais próximo ao seu peito.

-       - Vou levar essa aqui pra cama, vai indo ali pro quarto pra gente fazer um chamego só nós dois.

Você concorda com a cabeça. A pego no colo e levo para seu quarto, você vem me seguindo até a porta. Na sua pequena mesa de desenho está uma caixa lápis, um punhado de folhas de papel e um desenho muito colorido. Deito-a na cama, acendo o abajur, você paga a luz e caminha para o outro lado da cama. Ficamos abaixados olhando-a “mimica” profundamente.

- Será que vai ser outra menina?
- Outra gata na minha vida?
- Né?
- Ou um bacuri dos olhos claros?
- Um gato, igual ao pai.

Dou um beijo nas bochechas da pequena e lhe digo baixinho:

-       - Durma bem, meu amor!

“Boa noite” você diz e a beija na testa. Nos levantamos, deixamos a porta encostada e vamos para nosso quarto, você entra, pega sua camisola e começa a se despir, tira sua roupa e joga no cabideiro. Veste a camisola, se deita na cama lentamente, ajeita o travesseiro e deita a cabeça levemente enquanto fecha os olhos.

-      -  Me abraça?
-       - Abraço.

Visto meu pijama e deito atrás de você, te abraço, você agarra meus braços e os aperta contra seu peito, uma conchinha perfeita, uma delicia.

Silêncio. Paz. Muito amor. Um presente.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Um beijo

Um beijo fala mais que mil palavras
Um toque é bem mais que poesia
No seu olhar enxergo a sua alma
Sua fala é uma linda melodia
Ninguém sabe explicar o que é o amor
Ninguém vai ser feliz sem ser amado
Meu coração de vez se entregou
Confesso que eu estou apaixonado

http://www.youtube.com/watch?v=HmRrU8lNXCc&feature=youtu.be

Composição: Luan Santana

segunda-feira, 11 de abril de 2011

What I can do

If only you could see me smiling every single time that I think of you
As if we were close to each other again, but you can’t
If only I had one wish from the lamp genie
I’d wish that we were not apart from each other, but we are
If only I could make time move faster
As if that was even possible, but I can’t
If only I could write you a love song
But I can’t
If only I could fill every single day of your life with hapiness and love
If only I could put down in words what I feel for you
As if words would do the job. This I can try
I can declare my love to you with all the words that I know
I can tell you how much I miss you and how important you really are to me
I can dream about you and I being together again
I can write the most passionate love letters you’ve ever got
I can remember all the endless nights we spent together loving each other
I can close my eyes and draw your face, your smile, your beautiful eyes
I can go deep on your heart with my words and rip happy tears out of it
I can wonder what you’re dreaming and ask your guardian angel that she makes sure you're smiling while you dream
I can remember the taste of your kiss
I can listen to all our songs
Like Elton John I can ”tell everybody how wonderful life is while you’re in the world”
And hope that every time they smile, a spark of hapiness goes inside your heart

I will prove that "LOVE is all you need"

segunda-feira, 28 de março de 2011

Começando o dia

Acordei de algum sonho que não me lembro qual, não importa. Fiquei deitado de olhos ainda fechados pensando em você, sorrindo. Ando sorrindo muito, afinal, sou feliz demais. Feliz pois fazes parte na minha vida, porque você me faz mais feliz pelo simples fato de existir, por ser quem você é, do jeitinho todo especial que é seu e seu apenas.
Abri os olhos e ali estávamos, juntos como deve ser. Peguei a nossa primeira foto e contemplei, abri o frasco do seu perfume para sentir o seu cheiro, ouvi uma das diversas canções da trilha sonora da nossa vida e reli as cartas com lágrimas nos olhos. Você se faz tão presente na minha vida mesmo estando tão longe, enche o meu dia alegria sem nem saber que o faz. Senti saudade de te tocar, beijar, sentir o seu corpo no meu, sua língua enrolada na minha no beijo mais delicioso que eu conheço, queria de novo aquele abraço da sua festa com a Ana...

Ai, ai, que saudade que sinto de você, Luiza Borges Campos, minha linda, minha gostosa, minha companheira, minha amiga, o meu amor.

EU TE AMO, PORRA!

terça-feira, 22 de março de 2011

A feira

 É verão, dezembro, um sábado, muitas cores nas Laranjeiras, árvores cheias, carrinhos de bebê, música, diversos cheiros e sabores. Caminhamos juntos, puxo o carrinho em uma das mãos, na outra, está o pequeno que te dá a sua outra mão, enquanto você caminha olhando para a lindinha que anda sozinha.
Ao nos ver, João se abaixa para falar com o pequeno:
- E ai, o que o senhor vai querer hoje?
- Quero Lichia, um monte! Pai, pode?
- Claro que pode, o que mais você quer, cara?
- Banana também.
- João, você ouviu o cara, Lichia e banana pra todo mundo.
- Marquinho, separa ai.
Você pega um morango lindo, vermelho, grande e morde metade, uma gota vermelha fica no canto do seu lábio, te dou beijo pra sentir o gosto. Você sorri, se abaixa, dá a outra metade para ela e pergunta:
- E você, meu amor, quer alguma coisa?
- João, tem laranja? ela pergunta, antes de colocar o morango na boca.
- Tem sim, lindinha. Marquinho, descasca uma laranja e dá pra princesa, por favor?
Com maestria, Marquinho descasca a laranja, a divide no meio e dá um pedaço pra cada pequeno. Eles comem suas frutas em silêncio, observando uma senhora que passeia com seu cachorro.
- Mais alguma coisa, Fabinho?
- Me vê também manga, umas uvas bem doces, daquelas sem caroço, tangerina e não esquece os morangos da Luiza.
- Meu amor, você quer mais alguma coisa?
- Limão pra gente fazer a torta do Rodi com as crianças mais tarde. João, esse abacaxi tá docinho?
- Tá um mel, Luiza. Bem maduro.
- Então me dá dois pra gente fazer um suco hoje.
- Marquinho, separa tudo e põe no carrinho pro Fabinho, por favor?
- Pra já, “Jão”!
- Lindo, vou comprar as folhas na Dona Celina, me encontra lá. Você fica com as crianças, por favor?
- Fico. Vai lá e se prepara.
- Pro que?
- Pro que vem em seguida.
Você me olha sem entender muito bem, faz cara de interrogação e calada se vira para comprar as folhas.
- João,  quanto deu essa brincadeira?
- Deu R$60,00.
- Tá aqui.
- Valeu, Fabinho, obrigado. Grande abraço.
- Valeu, João, valeu, Marquinho, aquele abraço.
- Tchau, João, tchau, Marquinho - ela diz acenando.
- Pai, posso levar o carrinho? ele me pergunta animado.
- Pode. Vocês já agradeceram pela laranja?
- “Brigado”, Marquinho! dizem juntos.
- Terminaram de comer?
Os dois concordam com a cabeça e se olham.
- Joguem ali no lixo e vamos nessa.
Juntos caminham até a lata de lixo, jogam os bagaços fora e voltam de mãos dadas.
- Aí, meu camarada, você não vai falar comigo não? pergunta João.
O pequeno sai correndo em direção ao feirante, pula e bate em sua mão. Volta correndo, quase derruba outra mãe que passa com a sua filha. Pede desculpas ainda correndo, pega o carrinho e vai puxando feira adentro, cheio de si.
- Pai, o que é que vem em seguida? ela me pergunta com curiosidade.
- Uma surpresinha pra sua mãe e eu vou precisar da sua ajuda, topa?
Com o seu sorriso, ela concorda com a cabeça e segura minha mão.
- Mané, vem cá, aonde o senhor tá indo?
- Atrás da mamãe, ué. Ela foi pra lá disse ele apontando para o meio da feira, um mar de pessoas, barracas e carrinhos.
- Calma, antes você vai me ajudar com um lance muito importante, vem pra cá, a gente vai ali primeiro.
Todos de mãos dadas vamos em direção a barraca de flores, ele puxando o carrinho e ela olhando outra menina que passa segurando uma boneca. Chegando lá, temos um mundo de opções de cores, formatos, aromas e tamanhos.
- Bom dia, tudo bem? pergunta a jovem atrás da barraca.
- Tudo ótimo e com você?
- Tudo bem. Como posso ajuda-los?
- Essa gatinha aqui vai escolher flores pra mãe dela. Hoje, é um dia especial. Então, qual flor você acha que a sua mãe vai gostar mais, minha filha?
- Não sei. Deixa eu ver.
Ela solta minha mão, dá um passo a frente e observa todas aquelas flores lindas. Seus olhinhos vão da esquerda pra direita e voltam. Ela olha mais pra cima pra ver as que estão mais altas, fica na ponta dos pés como uma bailarina e desce.
- Acho que aquela ali! Parece com a sua, mas é branca.
- Pai, essa é lotus também? ele pergunta
- Não, meu filho, essas são margaridas, iguais aquelas que tem lá em Araras. Por favor, você pode me dar um ramo e tirar duas separadas pra mim?
- Claro, senhor. É só isso?
- Sim, sim. Quanto dá?
- R$12,00.
- Pai, posso pagar?
- Pode. Toma aqui e confere o troco pra mim, meu filho.
Ele pega o dinheiro, vai até a jovem, lhe entrega e aguarda o troco com as mãos ainda erguidas. A jovem lhe dá o troco sorrindo, ele agradece e olha para o conteúdo em suas mãos – uma nota e uma moeda. Permanece imóvel olhando para suas mãos alguns segundos, se vira pra mim e diz:
- Tá certo.
- Beleza, guarda pra gente comprar um sorvete depois.
A jovem entrega o ramo de flores para a pequena que o segura com as duas mãos e o cheira. Depois, se vira pra mim e entrega as duas margaridas que lhe pedi para separar.
- Meu amor, vem cá, deixa eu colocar essa flor no seu cabelo pra você ficar ainda mais linda.
Me abaixo para ficar da sua altura, ajeito seus cachinhos e coloco a flor apoiada em sua orelha. Fico em silêncio olhando para tão linda criança, fruto de um amor tão gostoso, tão amada, tão querida, tão nossa. Sorrio pra ela e ela sorri de volta pra mim.
- Tá linda, a mais linda do mundão! Vamos nessa que a sua mãe já deve ter comprado as folhas. Você quer continuar levando o carrinho?
- Não.
- Então dá a mão pra sua irmã e mostra o caminho pra gente. Sua mãe tá na D. Celina, você lembra onde é?
- Aham.
Os dois andam na minha frente de mãos, conversando algo que não consigo ouvir, enquanto puxo o carrinho. Deixo o pensamento me levar, vou pro passado. Andamos juntos nessa mesma rua, você e eu, fazendo o que hoje fazíamos acompanhados dos nossos  filhos. E pensar que nos desencontramos inúmeras vezes por entre aquelas pessoas durante anos. Coisas da vida, ainda não tava na hora.
Ao te ver de costas escolhendo as verduras, chamo os dois e lhes digo algo em seus ouvidos, eles ouvem atentamente o nosso plano. Em seguida, saem em disparada em sua direção, param e gritam juntos:
- Correio do amor pra mamãe!
As pessoas ao redor param para olhar aquela cena. Ao virar você vê os dois segurando o ramo de flores e sorri, segura a flores e eleva o olhar até encontrar os meus olhos. O sorriso, o nosso sorriso.
Ainda sorrindo te digo “Eu te amo” enquanto coloco a outra flor em seus cabelo.
- Você comprou flores pra sua mãe? Perguntou D. Celina.
- É, hoje é um dia especial, meu pai que disse.



Bom, aqui já é dia 23, meu amor.
Amo você.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Um sonho acordado

O casal anda de mãos dadas pela calçada de pedra portuguesa, ele a gira como num passo já ensaiado há anos, ela ri e os dois continuam a caminhar. Ele para, largar sua mão, abaixa para mexer em algo e a pede para ver se vem alguém, afinal, já está tarde.
Ela fica apreensiva, olha ao redor, "a rua é iluminada mas está tarde e ainda precisam andar até sua casa, será que vem alguém?"...
Ele segurou sua mão novamente.
- Meu amor?
Ela volta a realidade, olha para baixo.. Ali, de joelhos diante dela está um homem, o seu homem, sorrindo, com os olhos cheios de lágrimas, incapaz de conter o sentimento que faz o tremer por dentro.
- Casa comigo?
Um filme passa rapidamente na frente de seus olhos, flores, cartas, fotos, sorrisos, carinhos, amigos, ele, ela, eles todos, uma viagem, saudade, sorrisos, cartas, tecnologia, lágrimas de saudade, de felicidade, música, silêncio, o céu, estrelas, reveillon, "oi, cheguei", te amo, cafuné, um castelo, um sorriso. Aaah, um sorriso.
- Caso sim, meu amor.

domingo, 6 de março de 2011

Retrato escrito

Vocativos: Luiza Borges Campos, seu nome. Também responde por linda, gatinha, namorada, Lú, meu amor, Luka, mon amour, my love, amor da minha vida, dentre tantos outros;
Data de nascimento: 23 de dezembro de 1989;
Idade: Teoricamente são 21 primaveras completas, ao mesmo passo que pode ter 7 anos de idade novamente, fazer dengo aos 4, ser gente grande fantasiada de moleca, ser mulher e menina. É tudo uma questão de poder ser;
Altura: A mesma que a minha. =) Olhos nos olhos, boca na boca, abraços perfeitos, "pé cum pé";
Seu lindo rostinho é ligeiramente arredondado, os cabelos, "ai, os cabelos" são angelicamente cacheados. Atualmente, estão quase no ombro. Já foram compridos, curtos, presos, soltos, controlados, despenteados. Hoje são o que são, lindos cabelos cacheados. Perfeitos para receberem uma massagem e eu me perder entre seus cachos;
Olhos: os mais lindos do mundão, tão serenos, castanhos, pequeninos. Um olhar que me conquistou, que me diz um mundo de coisas, mas principalmente, a verdade. Podem estar escondidos atrás de óculos, revelando um novo semblante, um novo brilho no olhar. Com uma máquina fotográfica nas mãos, é capaz de capturar a beleza do que desejar registrar. Bom, o que ela vê? O mesmo que eu...;
Nariz: pequeno, redondinho, perfeito para ganhar um beijinho;
Boca: deliciosa, o melhor beijo, boa de morder, tem lábios macios, fazem bico e me derrubam. Dona de um sorriso sincero e gostoso;
Queixo: do tipo pronunciado, aquele que dá pra morder;
Bochechas: gordinhas, recheadas, boa de beijar vagarosamente;
Orelhas: tamanho normal, apresentando característica dominante para o tamanho do lóbulo, ou seja, lóbulo grande, bom de morder. Genética, coisa e tal;
Sua pele é macia, como pétala de rosa é lisa e cheirosa. Seu carinho é bom, leve e macio. Tem as mãos lindas, pele fininha, excelente para fazer carinho.
Sua voz é melodia que cabe no arranjo, é a canção cantada com exclusividade, é bom de escutar. Queria gravar. É quase um remédio, faz cócegas na alma, me diz coisas lindas que me deixam mais e mais apaixonado.
É genial, inteligente, amiga, serena, apaixonada e "apaixonante", a estrela da peça, menina, sincera, séria, mochileira, especial, filha, irmã, cidadã do mundo, uma abençoada, é uma encomenda, pura energia, prima, irmã emprestada, um porto seguro, melhor amiga, meu amor, uma mulher maravilhosa. É melhor do que eu pedi na carta.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Diálogo

- Vc conhece aquele alí?
- Aquele qual? O cabeludo?
- É, é. Vc não sabe da última, tá apaixonado.
- Apaixonado, como assim? Mas ele não ia..., não tava..., calma aí, por quem? Quando? Por quê?
- Pois é, sabe quando ele, o amor, vem forte, chega sacudindo, rasgando, mostrando que é a valer? Foi assim. Ele veio, juntou os dois coracoes, mostrou como é do lado de lá, o lado daqueles que amam de verdade, sabe?
- Mas calma aí, quem é ela? Por quê ela?
- Tá confuso? Relaxa, senta aí que eu vou te contar uma história...

- Tudo comecou no trabalho, quer dizer, verdade verdadeira seja dita, o pessoal mais poderoso, a galera do Controle Geral, já tava tentando o lance há um tempo, saca? Só que sempre embarreirou por algum motivo, ele morou a vida inteira no bairro do colégio dela e nunca a tinha visto, ela ia na feira na rua dele comer pastel e curtir um som, nunca se esbarraram de novo. Quase foram parar na mesma faculdade, não rolou de novo. Pessoalzinho atrapalhado demais esse lá debaixo. Mas, então, ele tava quase partindo pra ficar numa boa, aí eu acho que o palpitante dele sentiu alguma coisa, um lance, saiu do ritmo, perdeu o compasso e o carinha resolveu compartilhar uma alegria, trocar uma idéia, abriu a boca e aí já viu, né. A galera cronometrou: 2 minutos e 17 segundos, cara. Dá pra acreditar? 2 MINUTOS E 17 SEGUNDOS! Tem gente que fica uma eternidade, vem, volta, desce, sobe e não encontra. Os dois se deram bem, sorte grande, bicho.
- Ih, maneiríssimo. Mas conta mais, tá ficando bom. Quem é ela? Eu conheco? Gabriel não me falou nada, quem cuida dela?
- Lembra da Serena? Aquela que fala com estrelas, uma que tá sempre por perto daquela estrelinha alí, sempre ouvindo, aprendendo, aquela que sorri com olhos? Ela é a guardiã dela.
- Aquela estrela ali não é...
- É, ela mesmo. Vc já vai entender. A felizarda.... calma aí, roda, roda, roda, pára. Ela é aquela alí, com os olhinhos pequenos, calminhos, sempre sorrindo, gente finíssima ela, mó energia, saca só?
- Sinistro hein, maior vibe. Esse link deve dar até faísca! E po, mó gata também. O moleque tem muita sorte mesmo.
- Bicho, eu já tinha visto uns lances fortes, umas conexões cabeludas, mas assim, pra mim é novidade. Os dois se ëncontraram legal, é muito amor, ele fala as coisas que ela tá pensando antes mesmo dela dizer e ela faz o mesmo, eles se assustavam com isso, no início. Era meio surreal mesmo. Sabe aquele lance de conversar com os olhos que a gente tava falando outro dia, isso é de praxe. Eles se entendem, se aceitam, ninguém entra numa de querer mudar o outro, são o que são e amam o outro lado do beijo como é, pelo que é, porque é. Simples, né? Quem dera fosse assim sempre.
- Ia ser lindo se a galera toda amasse assim..
- Então, ele é apaixonado pelos olhinhos dela, sabia? É muita pureza. Faz juras de amor todos os dias, escreve carta, entrega flores, leva café na cama, massagem, cafuné o tempo todo. Quando ele, o amor, passou por lá, fez servico completo. Isso é lance pra muito tempo, cara, papo de bengala, dentadura, cabelinhos brancos na escova, eternidade, brother. As vezes, a galera lá embaixo não entende muito quando eles falam dos planos, precisa ver pra crer, vc sabe como é. Mas é batata, passou 5 minutos junto deles, entendeu que alí é muito a vera.
- Cacilds, é assim?
- É.
- Eu não conhecia ela, nem sabia que a Serena cuidava dela. Mas já deu pra sacar o porquê dele estar assim, apaixonado com todas as células do corpo dele.
-  Já deu pra sacar? Meio muito óbvio, mané! Tá estampado no rosto dele, no sorriso, ele pensa nela e sorrí, tá super conectado com os sentimentos dele, chora de felicidade, ele sabe que terminou a busca dele. Ele ama como o que tá no Livro como "amor sincero". Ih, olha lá, tá sorrindo, tá pensando nela...

Vai escrever.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Conjugando com "nós"

Interessante e, ao mesmo tempo, tão difícil escrever o que se sente. Difícil pois o resultado será mera racionalização de algo que é pra ser sentido. Muitas vezes, são racionalizações carentes de palavras e expressões para esmiuçar o que vem de um lugar que se acessa com o coração e não com a nossa razão, cheia de palavras, "porquês" e "pra ques". Interessante pois para tentar escrever é preciso sentir, degustar aquele sentimento, entender até aonde ele vai, onde começa e de onde veio. É um exercício de auto conhecimento profundo e que pode nos ensinar muito sobre nós.

Bom, vamos sentir o que ando sentindo.

"Eu amo você!" Quem disse isso? O coração ou a minha cabeça? Mais uma racionalização ou um sentimento que saiu em palavras? Ouço, leio e o mundo me conta que está amando? É amor? É mesmo? Sabes o que sentes?

Bom, acordei pensando nela, virei pro lado e lá ela estava, dormindo um soninho tranquilo, quase que sorrindo pra algum sonho bom. Fechei os olhos e olhei pra dentro, fui buscar aquele sentimento. Me peguei sorrindo e vi que ele está ali quando sorrio com os olhos, quando o que sinto transborda em lágrimas de felicidades, está num cafuné, num beijo de boa noite e também naquele agradável silêncio que se faz enquanto os olhos conversam. Sinto um sentimento que é puro, faz cócegas na minha alma, que me coloca no meu centro, ao mesmo passo que é capaz de tirar-me dele. Perco o chão, fico sem norte e não me importo porque sei que ele me leva sempre a lugares bons.

Respirei profundamente, estava calmo, sereno. O pensamento sobre aquele sentimento se foi. Com a mente, desenhei seu lindo sorriso, sua boca, o nariz e seus olhos repletos de paz. Fiz o contorno do seu rosto enquanto lembrei da textura da sua pele, senti seus cachos entre meus dedos e o cheiro do seu perfume subiu no ar. Me vi olhando pra ela mesmo estando com os olhos ainda fechados. "Meu amor" falei pra mim mesmo e decidi que não há melhor vocativo para chamar a mulher que amo.

Novamente, o sentimento estava comigo e, mais uma vez, repeti internamente a palavra "amor" para evocá-lo. Indo mais fundo no que estava sentindo, percebi que o sentimento não havia me deixado e retornado. Ele esteve ali o tempo todo. Aprendi que pensar nela é pensar em amor e pensar em amor é pensar nela. Ela é a personificação do que sinto, é pra onde corre toda essa energia denominada amor. Ultimamente, encontro-me conjugando verbos com "nós", quero as coisas pra nós fazermos, quero que nós vivamos os momentos juntos, dividir nossas alegrias e realizações, quero que nós gargalhemos juntos das bobagens da vida. Somente o que sinto por ela é capaz de incitar tais desejos.

Acho que se está amando quando não é possível pensar em felicidades distintas, apenas na felicidade conjunta e compartilhada, quando se acorda e vai dormir com a mesma pessoa em nossas mentes, quando é possível sorrir com cada célula do seu corpo pelo simples fato daquela pessoa existir. Amar é se iludir que aquelas noites inesquecíveis não terão fim, é acreditar que o cara lá de cima colocou um anjo na terra só pra você.

Ouço um suspiro profundo, sei que ela acordou. Abro os olhos e a vejo despertar. "Bom dia, amor, você me faz feliz!"

"Eu amo você" é dito por todas as células do meu corpo em uníssono como mais uma forma de demonstrar o que sinto por você. Sim, é amor, com certeza.