segunda-feira, 28 de março de 2011

Começando o dia

Acordei de algum sonho que não me lembro qual, não importa. Fiquei deitado de olhos ainda fechados pensando em você, sorrindo. Ando sorrindo muito, afinal, sou feliz demais. Feliz pois fazes parte na minha vida, porque você me faz mais feliz pelo simples fato de existir, por ser quem você é, do jeitinho todo especial que é seu e seu apenas.
Abri os olhos e ali estávamos, juntos como deve ser. Peguei a nossa primeira foto e contemplei, abri o frasco do seu perfume para sentir o seu cheiro, ouvi uma das diversas canções da trilha sonora da nossa vida e reli as cartas com lágrimas nos olhos. Você se faz tão presente na minha vida mesmo estando tão longe, enche o meu dia alegria sem nem saber que o faz. Senti saudade de te tocar, beijar, sentir o seu corpo no meu, sua língua enrolada na minha no beijo mais delicioso que eu conheço, queria de novo aquele abraço da sua festa com a Ana...

Ai, ai, que saudade que sinto de você, Luiza Borges Campos, minha linda, minha gostosa, minha companheira, minha amiga, o meu amor.

EU TE AMO, PORRA!

terça-feira, 22 de março de 2011

A feira

 É verão, dezembro, um sábado, muitas cores nas Laranjeiras, árvores cheias, carrinhos de bebê, música, diversos cheiros e sabores. Caminhamos juntos, puxo o carrinho em uma das mãos, na outra, está o pequeno que te dá a sua outra mão, enquanto você caminha olhando para a lindinha que anda sozinha.
Ao nos ver, João se abaixa para falar com o pequeno:
- E ai, o que o senhor vai querer hoje?
- Quero Lichia, um monte! Pai, pode?
- Claro que pode, o que mais você quer, cara?
- Banana também.
- João, você ouviu o cara, Lichia e banana pra todo mundo.
- Marquinho, separa ai.
Você pega um morango lindo, vermelho, grande e morde metade, uma gota vermelha fica no canto do seu lábio, te dou beijo pra sentir o gosto. Você sorri, se abaixa, dá a outra metade para ela e pergunta:
- E você, meu amor, quer alguma coisa?
- João, tem laranja? ela pergunta, antes de colocar o morango na boca.
- Tem sim, lindinha. Marquinho, descasca uma laranja e dá pra princesa, por favor?
Com maestria, Marquinho descasca a laranja, a divide no meio e dá um pedaço pra cada pequeno. Eles comem suas frutas em silêncio, observando uma senhora que passeia com seu cachorro.
- Mais alguma coisa, Fabinho?
- Me vê também manga, umas uvas bem doces, daquelas sem caroço, tangerina e não esquece os morangos da Luiza.
- Meu amor, você quer mais alguma coisa?
- Limão pra gente fazer a torta do Rodi com as crianças mais tarde. João, esse abacaxi tá docinho?
- Tá um mel, Luiza. Bem maduro.
- Então me dá dois pra gente fazer um suco hoje.
- Marquinho, separa tudo e põe no carrinho pro Fabinho, por favor?
- Pra já, “Jão”!
- Lindo, vou comprar as folhas na Dona Celina, me encontra lá. Você fica com as crianças, por favor?
- Fico. Vai lá e se prepara.
- Pro que?
- Pro que vem em seguida.
Você me olha sem entender muito bem, faz cara de interrogação e calada se vira para comprar as folhas.
- João,  quanto deu essa brincadeira?
- Deu R$60,00.
- Tá aqui.
- Valeu, Fabinho, obrigado. Grande abraço.
- Valeu, João, valeu, Marquinho, aquele abraço.
- Tchau, João, tchau, Marquinho - ela diz acenando.
- Pai, posso levar o carrinho? ele me pergunta animado.
- Pode. Vocês já agradeceram pela laranja?
- “Brigado”, Marquinho! dizem juntos.
- Terminaram de comer?
Os dois concordam com a cabeça e se olham.
- Joguem ali no lixo e vamos nessa.
Juntos caminham até a lata de lixo, jogam os bagaços fora e voltam de mãos dadas.
- Aí, meu camarada, você não vai falar comigo não? pergunta João.
O pequeno sai correndo em direção ao feirante, pula e bate em sua mão. Volta correndo, quase derruba outra mãe que passa com a sua filha. Pede desculpas ainda correndo, pega o carrinho e vai puxando feira adentro, cheio de si.
- Pai, o que é que vem em seguida? ela me pergunta com curiosidade.
- Uma surpresinha pra sua mãe e eu vou precisar da sua ajuda, topa?
Com o seu sorriso, ela concorda com a cabeça e segura minha mão.
- Mané, vem cá, aonde o senhor tá indo?
- Atrás da mamãe, ué. Ela foi pra lá disse ele apontando para o meio da feira, um mar de pessoas, barracas e carrinhos.
- Calma, antes você vai me ajudar com um lance muito importante, vem pra cá, a gente vai ali primeiro.
Todos de mãos dadas vamos em direção a barraca de flores, ele puxando o carrinho e ela olhando outra menina que passa segurando uma boneca. Chegando lá, temos um mundo de opções de cores, formatos, aromas e tamanhos.
- Bom dia, tudo bem? pergunta a jovem atrás da barraca.
- Tudo ótimo e com você?
- Tudo bem. Como posso ajuda-los?
- Essa gatinha aqui vai escolher flores pra mãe dela. Hoje, é um dia especial. Então, qual flor você acha que a sua mãe vai gostar mais, minha filha?
- Não sei. Deixa eu ver.
Ela solta minha mão, dá um passo a frente e observa todas aquelas flores lindas. Seus olhinhos vão da esquerda pra direita e voltam. Ela olha mais pra cima pra ver as que estão mais altas, fica na ponta dos pés como uma bailarina e desce.
- Acho que aquela ali! Parece com a sua, mas é branca.
- Pai, essa é lotus também? ele pergunta
- Não, meu filho, essas são margaridas, iguais aquelas que tem lá em Araras. Por favor, você pode me dar um ramo e tirar duas separadas pra mim?
- Claro, senhor. É só isso?
- Sim, sim. Quanto dá?
- R$12,00.
- Pai, posso pagar?
- Pode. Toma aqui e confere o troco pra mim, meu filho.
Ele pega o dinheiro, vai até a jovem, lhe entrega e aguarda o troco com as mãos ainda erguidas. A jovem lhe dá o troco sorrindo, ele agradece e olha para o conteúdo em suas mãos – uma nota e uma moeda. Permanece imóvel olhando para suas mãos alguns segundos, se vira pra mim e diz:
- Tá certo.
- Beleza, guarda pra gente comprar um sorvete depois.
A jovem entrega o ramo de flores para a pequena que o segura com as duas mãos e o cheira. Depois, se vira pra mim e entrega as duas margaridas que lhe pedi para separar.
- Meu amor, vem cá, deixa eu colocar essa flor no seu cabelo pra você ficar ainda mais linda.
Me abaixo para ficar da sua altura, ajeito seus cachinhos e coloco a flor apoiada em sua orelha. Fico em silêncio olhando para tão linda criança, fruto de um amor tão gostoso, tão amada, tão querida, tão nossa. Sorrio pra ela e ela sorri de volta pra mim.
- Tá linda, a mais linda do mundão! Vamos nessa que a sua mãe já deve ter comprado as folhas. Você quer continuar levando o carrinho?
- Não.
- Então dá a mão pra sua irmã e mostra o caminho pra gente. Sua mãe tá na D. Celina, você lembra onde é?
- Aham.
Os dois andam na minha frente de mãos, conversando algo que não consigo ouvir, enquanto puxo o carrinho. Deixo o pensamento me levar, vou pro passado. Andamos juntos nessa mesma rua, você e eu, fazendo o que hoje fazíamos acompanhados dos nossos  filhos. E pensar que nos desencontramos inúmeras vezes por entre aquelas pessoas durante anos. Coisas da vida, ainda não tava na hora.
Ao te ver de costas escolhendo as verduras, chamo os dois e lhes digo algo em seus ouvidos, eles ouvem atentamente o nosso plano. Em seguida, saem em disparada em sua direção, param e gritam juntos:
- Correio do amor pra mamãe!
As pessoas ao redor param para olhar aquela cena. Ao virar você vê os dois segurando o ramo de flores e sorri, segura a flores e eleva o olhar até encontrar os meus olhos. O sorriso, o nosso sorriso.
Ainda sorrindo te digo “Eu te amo” enquanto coloco a outra flor em seus cabelo.
- Você comprou flores pra sua mãe? Perguntou D. Celina.
- É, hoje é um dia especial, meu pai que disse.



Bom, aqui já é dia 23, meu amor.
Amo você.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Um sonho acordado

O casal anda de mãos dadas pela calçada de pedra portuguesa, ele a gira como num passo já ensaiado há anos, ela ri e os dois continuam a caminhar. Ele para, largar sua mão, abaixa para mexer em algo e a pede para ver se vem alguém, afinal, já está tarde.
Ela fica apreensiva, olha ao redor, "a rua é iluminada mas está tarde e ainda precisam andar até sua casa, será que vem alguém?"...
Ele segurou sua mão novamente.
- Meu amor?
Ela volta a realidade, olha para baixo.. Ali, de joelhos diante dela está um homem, o seu homem, sorrindo, com os olhos cheios de lágrimas, incapaz de conter o sentimento que faz o tremer por dentro.
- Casa comigo?
Um filme passa rapidamente na frente de seus olhos, flores, cartas, fotos, sorrisos, carinhos, amigos, ele, ela, eles todos, uma viagem, saudade, sorrisos, cartas, tecnologia, lágrimas de saudade, de felicidade, música, silêncio, o céu, estrelas, reveillon, "oi, cheguei", te amo, cafuné, um castelo, um sorriso. Aaah, um sorriso.
- Caso sim, meu amor.

domingo, 6 de março de 2011

Retrato escrito

Vocativos: Luiza Borges Campos, seu nome. Também responde por linda, gatinha, namorada, Lú, meu amor, Luka, mon amour, my love, amor da minha vida, dentre tantos outros;
Data de nascimento: 23 de dezembro de 1989;
Idade: Teoricamente são 21 primaveras completas, ao mesmo passo que pode ter 7 anos de idade novamente, fazer dengo aos 4, ser gente grande fantasiada de moleca, ser mulher e menina. É tudo uma questão de poder ser;
Altura: A mesma que a minha. =) Olhos nos olhos, boca na boca, abraços perfeitos, "pé cum pé";
Seu lindo rostinho é ligeiramente arredondado, os cabelos, "ai, os cabelos" são angelicamente cacheados. Atualmente, estão quase no ombro. Já foram compridos, curtos, presos, soltos, controlados, despenteados. Hoje são o que são, lindos cabelos cacheados. Perfeitos para receberem uma massagem e eu me perder entre seus cachos;
Olhos: os mais lindos do mundão, tão serenos, castanhos, pequeninos. Um olhar que me conquistou, que me diz um mundo de coisas, mas principalmente, a verdade. Podem estar escondidos atrás de óculos, revelando um novo semblante, um novo brilho no olhar. Com uma máquina fotográfica nas mãos, é capaz de capturar a beleza do que desejar registrar. Bom, o que ela vê? O mesmo que eu...;
Nariz: pequeno, redondinho, perfeito para ganhar um beijinho;
Boca: deliciosa, o melhor beijo, boa de morder, tem lábios macios, fazem bico e me derrubam. Dona de um sorriso sincero e gostoso;
Queixo: do tipo pronunciado, aquele que dá pra morder;
Bochechas: gordinhas, recheadas, boa de beijar vagarosamente;
Orelhas: tamanho normal, apresentando característica dominante para o tamanho do lóbulo, ou seja, lóbulo grande, bom de morder. Genética, coisa e tal;
Sua pele é macia, como pétala de rosa é lisa e cheirosa. Seu carinho é bom, leve e macio. Tem as mãos lindas, pele fininha, excelente para fazer carinho.
Sua voz é melodia que cabe no arranjo, é a canção cantada com exclusividade, é bom de escutar. Queria gravar. É quase um remédio, faz cócegas na alma, me diz coisas lindas que me deixam mais e mais apaixonado.
É genial, inteligente, amiga, serena, apaixonada e "apaixonante", a estrela da peça, menina, sincera, séria, mochileira, especial, filha, irmã, cidadã do mundo, uma abençoada, é uma encomenda, pura energia, prima, irmã emprestada, um porto seguro, melhor amiga, meu amor, uma mulher maravilhosa. É melhor do que eu pedi na carta.